terça-feira, 18 de agosto de 2015

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Paramoti recebe a exposição PRECE 20 anos

Neste sábado (15), a exposição “PRECE: 20 anos de Protagonismo, cooperação e solidariedade” chegou a Escola Popular Cooperativa (EPC) Paramoti, o sexto núcleo precista a receber a mostra. Pela primeira vez, a exposição foi até a sede de um município. Com mais de 400 km, a cidade, de acordo com estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, possuía 11 mil e 533 moradores, concentrados na sede e divididos nas comunidades rurais. Sábado à noite, a praça principal se enche com quiosques de lanches e os bancos povoam-se com pessoas de todas as idades. Perto dali, em frente ao fórum, próxima a igreja matriz, do hospital e da escola de ensino médio Tomé Gomes dos Santos, a EPC Paramoti, construída a partir do trabalho comunitário, torna-se mais um espaço a ser ocupado pela população.


Exposição Prece 20 anos
Na noite de sábado, paralelo às guloseimas da praça e à seresta no bairro Arrudas, a equipe do Memorial do PRECE realizou uma roda de conversa sobre a necessidade de compartilhar histórias. Cada participante roteirizou uma parte breve de sua vida, relataram as experiências que os levaram ao PRECE e as que o fazem persistir nesse movimento. O advogado Adriano Santos foi um dos primeiros estudantes a buscar o PRECE, no início dos 2000, em Cipó. Foram três tentativas até formar um grupo com o mesmo propósito. Na primeira vez, a distância o desestimulou; na segunda tentativa, quis enfrentar o obstáculo, iria de bicicleta à comunidade Cipó, em Pentecoste, mas a mãe o proibiu e mandado de mãe tem que ser obedecido. Em 2005, se fez um grupo e Cipó se tornou realidade. Com o tempo, as aprovações no vestibular começaram a acontecer. Atual coordenador de finanças da EPC Paramoti, Adriano acredita que o PRECE permite “você ir além do que sonhou um dia”, é um processo de descoberta do mundo e de si. É um meio de se inconformar.

Adriano Santos(à esquerda), precista
Vladimir Gomes, estudante de engenharia química, conta que naquele espaço, mesmo antes das paredes estarem erguidas, foi acolhido e estimulado a apostar em si. “Aqui - conta - tive vontade de ser igual ao o outro”. No PRECE, Vladimir aprendeu a olhar o outro com admiração e a buscar construir algo coletivamente. Estar em grupo e tornar-se apoio a um companheiro são motivações corriqueiras apresentadas nas falas. O prédio da EPC foi construído graças a união do grupo em torno deste propósito. Antes da construção da sede da escola, reuniam-se em escolas, na casa paroquial e na praça dos namorados (atrapalharam alguns encontros). Com o prédio erguido, a dificuldade é chegar à comunidade dispersa na pequena cidade. O aglomerado citadino aparece como dificultador da mobilização comunitária.

Vladimir Gomes, estudante

Na manhã de domingo, a equipe do Memorial faria uma roda de conversa com a comunidade. Algumas mães, rapidamente,  antes de irem cuidar do almoço, compareceram, mas não estavam com muito tempo para conversas. Como forma de estreitar os laços comunitários, a EPC desenvolve algumas ações, uma delas é um documentário sobre a história da cidade. O lançamento do filme, ainda sem data, deve chegar aos paramotienses como um lembrar sobre o que constitui o que eles são. Os estudantes são unânimes em afirmar que se a comunidade não for à EPC, eles vão até a população, voltam às praças com filme e tudo.

A exposição "PRECE 20 anos" ficará até o dia 28 de agosto, em Paramoti.

terça-feira, agosto 18, 2015

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