quarta-feira, 22 de julho de 2015

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EPC Boa Vista recebe Exposição "PRECE 20 anos"

Há 36km do centro de Pentecoste, município cearense, moradores da comunidade rural de Boa Vista realizaram, às 19h30 de sábado (18), uma roda de conversa sobre a importância do trabalho comunitário. A Escola Popular Cooperativa (EPC) Boa Vista abriga, até o dia 31, a exposição itinerante “PRECE 20 anos”.  Reunidos para a abertura da mostra na comunidade, a equipe do projeto “Memorial do PRECE” e moradores da localidade compartilharam histórias de transformações pessoais.

Roda de conversa na abertura da exposição "PRECE 20 anos"
Para o agricultor Audir da Silva, o PRECE representa recomeço, uma nova chance de estar próximo de sua filha, Ana Raquel. Com 9 anos, Raquel viu os pais se separarem e o convívio com o pai interrompido. Mãe e filha viviam em Palmácia, no maciço de Baturité, e Audir, em Boa Vista. Após concluir o ensino médio, persistia a vontade de continuar a estudar, mas as alternativas pareciam poucas, até surgir o chamado do pai: “Raquel, se tua mãe aceitar tu ir lá pra casa, lá tem o PRECE, lá eu conheço muito gente que já passou por lá e o PRECE dá muito oportunidade pra quem quer estudar”. A mãe aceitou e a menina foi. Ana Raquel cursa psicologia e todo fim de semana está na casa do pai. “Tem gente que não conhece o PRECE, se conhecesse pra vir estudar, como a Raquel veio, muita gente mudava de vida”, diz Audir entre sorrisos.

A caminho de Boa Vista

O único meio de chegar à Boa Vista, para quem não está com automóvel, são os carros de feira, conhecidos como paus-de-arara. No centro de Pentecoste, as ofertas são abundantes e cada veículo tem destino certo. “Esse carro aqui é do Carlinhos, ele vai pra Boa Vista. Quem é que vocês têm lá?”. Com o escambo de informações, logo se encontra o transporte certo para o destino desejado.

A professora Rafaela com o filho Iure, Maria Luca e Hosana
“Vocês conhecem o PRECE?”, a resposta afirmativa é dada em coro. Maria Luca, Hosana e Rafaela são moradoras da comunidade de Tamarina, vizinha à Boa Vista. No início da prosa, Maria e Hosana informam que não apenas conhecem o PRECE, mas que são mães de precistas. Entre a parada para a compra de galinha e a troca de receita de doce de leite, que não deve ser feito com leite coalhado, contam sobre os feitos dos filhos: “O Valdey se formou em agronomia e voltou pra tentar cultivar uma plantação na nossa terra. É pequena, mas é nosso pedaço de chão”, ao chegar à Tamarina, Maria chama o filho e o apresenta aos perguntões que a acompanharam na viagem. Despediram-se com a promessa de “tentar aparecer” na abertura da exposição. Elas não foram.

Educação Solidária e Cooperativa

Estudantes respondem: Por que sou precista?
À tarde, às 16h, os estudantes e os facilitadores da EPC Boa Vista reuniram-se para discutir o que os fazia precistas. Há dois meses, movida pelo exemplo da irmã Adriele, Andréia chegou à EPC em busca de estudar. A mãe; o primo Leandro, precista e professor de matemática da Escola de Educação Profissional de Pentecoste, e a irmã, estudante de administração na UECE, a incentivaram a procurar o auxílio do PRECE. Na EPC, Andréia encontrou histórias semelhantes a dela e uma forma nova de estudar. “É isso que me leva a continuar estudando, porque não só sou eu que concluí o ensino médio e aí passei um tempo parada e depois disse que quer voltar a estudar: o que é que vou fazer? Todo mundo dizia: Andréia vai pro PRECE! Todo mundo que quer aprender vai pro PRECE”.

A Exposição "PRECE: 20 anos de protagonismo, cooperação e solidariedade" estará até 31 de julho na EPC Boa Vista, em Pentecoste.

Seu Zé Alfredo (agricultor de Boa Vista que ia estudar em Cipó)
 com a mãe, Maria Firmino 

quarta-feira, julho 22, 2015

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